Dona Flor e seus dois maridos — Jorge Amado


   
   Dona Flor e seus dois maridos é uma obra da escola literária Modernismo.
   O Modernismo, assim como o Barroco, se iniciou nas artes. Sua principal meta era combater a arte tradicional, além de buscar técnicas e meios de expressão capazes de traduzir a nova realidade do século XX. No Brasil o movimento se iniciou a partir da Semana de Arte Moderna, em 1922, onde houve a disseminação dos ideais modernistas. 
   Nesse contexto Jorge Amado escreveu suas obras, contendo traços de ironia, bom-humor, sensualidade e mistura de crenças. Além dessas características, há também uma grande exploração dos acontecimentos e do psicológico dos personagens. Com tanto, há um grande acréscimo de informações, algumas até sendo desnecessárias, mas com sua maneira informal e pessoal de escrever, acaba valendo a pena.
   Explorando os costumes da sociedade baiana e usando um pouco de descuido formal, Jorge conseguiu conquistar vários tipos de público, tornando-se o segundo autor brasileiro mais traduzido - atrás apenas de Paulo Coelho -, além de ter obras adaptadas para cinema, tv e teatro.
   Dona Flor e seus dois maridos é de longe a obra mais conhecida de Jorge. É uma obra cheia de flashbacks onde se conta - principalmente nas primeiras partes - sobre Vadinho, primeiro marido de Dona Flor, que era um esposo ausente, sempre gastando dinheiro com jogo e mulheres, mas mesmo assim um homem adorável e bom, que acabou morrendo enquanto sambava no Carnaval. 
   Depois da morte de Vadinho, Flor - uma honesta professora de culinária - passa a ficar triste, mas voltando à vida normal aos poucos, fechando-se aos homens, até que Teodoro - respeitável farmacêutico - a oferece em casamento. Teodoro, diferente em tudo de Vadinho, traz a paz de volta à vida de Flor.
   Essa paz não dura muito, pois Flor logo começa a ver o espírito de Vadinho, tentando-a. Flor hesita no começo, mas logo passa a viver em um relacionamento matrimonial triplo. 
   Ao longo da obra há várias metáforas e principalmente mistura de religiões como o catolicismo e o candomblé, quando há uma luta entre os deuses pelo espírito de Vadinho. 
   Dona Flor e seus dois maridos  foi uma importante obra literária brasileira, mostrando costumes, valores e crenças de uma sociedade onde há uma intensa mistura de raças e culturas. Essa a sociedade a qual vivemos. Esse é o nosso Brasil!

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